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Gostou de Bebê Rena? Série propõe reflexão sobre stalking e saúde mental

O mais novo sucesso da Netflix aborda temas peculiares e reais

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Cadastrado por

Alice Lins

Publicado em 30/04/2024 às 20:41
Notícia

Inspirada em eventos reais que afetaram o próprio ator principal, Richard Gadd, a série "Bebê Rena", já é considerada um dos maiores sucessos da Netflix.

A trama retrata a saga de um homem perseguido por uma mulher. E por mais que essa história pareça peculiar, não é incomum

Afinal, todos, independentemente de sua fama ou anonimato, estão sujeitos à ação de stalkers ou perseguidores.

Reprodução/Netflix
Donny e Martha, da série Bebê Rena, em um bar - Reprodução/Netflix

De acordo com Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT, os perseguidores sofrem geralmente de transtornos psiquiátricos e apresentam déficits em habilidades sociais e de regulação emocional.

É comum que esse fenômeno ocorra em pessoas com transtorno de personalidade narcisista, que resulta em uma autoestima elevada e um desejo obsessivo de serem admiradas e reverenciadas.

"Existe também a dependência extrema, em que a pessoa precisa da constante atenção e aceitação dos outros, e o transtorno de personalidade limítrofe, em que o indivíduo tem emoções imprevisíveis e uma alta sensibilidade à rejeição e ao abandono", diz o especialista.

Colombini destaca que as situações envolvendo stalking são emocionalmente complexas.

"Ao mesmo tempo em que importuna a pessoa com centenas de mensagens, por exemplo, o perseguidor pode repentinamente enviar um ramalhete para a vítima, com um bilhete acolhedor, o que naturalmente gera sentimentos conflituosos, ambivalentes", explica.

Por essa razão, pode ser muito difícil para a vítima escapar da "teia" do stalker.

Como prevenir o stalking?

A maioria dos perseguidores sofre de algum transtorno mental, que frequentemente traz um sentimento de vazio existencial.

Portanto, programas de habilidades sociais desempenham um papel crucial na prevenção desse comportamento, conforme destaca Colombini.

Iniciativas como o QG do Rolê, um grupo de habilidades da Equipe AT, visam treinar, avaliar e implementar repertórios, promovendo o autoconhecimento de cada indivíduo.

"A pessoa com habilidades sociais desenvolvidas consegue manter relacionamentos saudáveis, ser empática e resolver conflitos com maior facilidade, gerando impactos positivos em todos a seu redor", afirma o especialista.

Procure ajuda!

O medo e a ansiedade constantes causados pela perseguição podem resultar em estresse emocional, depressão, transtorno de ansiedade generalizada, traumas psicológicos e até mesmo em problemas físicos.

Por isso, é essencial buscar ajuda. Segundo Colombini, três passos são fundamentais:

1. Conte com a rede de apoio: compartilhe informações sobre perseguição com sua família, amigos, colegas ou qualquer pessoa em quem você confie. Eles podem oferecer um suporte valioso.

2. Procure ajuda profissional: a terapia ajuda a lidar com a turbulência emocional causada pela perseguição. Em alguns casos, a consulta com um psiquiatra também pode ser altamente recomendada.

3. Entre em contato com as autoridades: se sentir ameaçado ou em perigo, não hesite em contatar a polícia.

Confira o trailer da série "Bebê Rena"

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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