Você se sente melhor ao fazer compras? Psicóloga faz alerta sobre compulsão
A especialista da Holiste Psiquiatria, Mariana Pinheiro, explica que a vontade de gastar pode esconder problemas de saúde mental
Com a chegada das festas de fim de ano e confraternizações, a temporada de compras e ofertas aparecendo em todo momento nas vitrines e redes sociais, é comum que muitas pessoas se sintam animadas para aproveitar os preços.
Contudo, para a saúde mental, o hábito de encher o carrinho pode ter outros significados. A psicóloga Mariana Pinheiro destaca que nessa época do ano em que o consumismo é endossado, as compras compulsivas tendem a aumentar - muitas vezes para lidar com angústias e frustrações.
"A compra se apresenta como um comportamento que possibilita o contato com a sensação de prazer a curto prazo. Contudo, ele não dá conta de superar uma situação psiquicamente desconfortável, o que influencia no surgimento da compulsão", aponta.
"Neste processo, um padrão de comportamento disfuncional é aprendido, de modo que o ato de comprar assume a função de compensação, ocorre um processo neuroquímico responsável pela sensação de prazer, reforçando o entendimento que aquele comportamento é positivo e uma solução a curto prazo para o seu sofrimento".
COMPRAS PODE SE TRANSFORMAR EM TRANSTORNO
Para algumas pessoas, o ato de comprar deixa de ser um problema financeiro e torna-se uma questão de saúde mental.
De acordo com a psicóloga Mariana Pinheiro, a compulsão por compras é uma psicopatologia que pode trazer muito sofrimento para o indivíduo e também para a família - que muitas vezes não entende que o comportamento não é mero descontrole financeiro.
Quando se observa que a ação da compra está relacionada à resposta a algum evento de impacto emocional, como uma discussão, frustração ou mal estar, pode ser um indicativo de compulsão.
Outro fator é a mentira sobre a frequência ou teor dos comportamentos de compra, a presença desses sinais - de maneira intensa e gerando prejuízo - pode apontar para uma disfuncionalidade.
GASTAR OU NÃO GASTAR?
O problema não esta no consumo ou em aproveitar as ofertas, mas avaliar se o ato da compra não está se tornando uma resposta a outros aspectos da vida - que ao invés de serem suprimidos por compras devem ser tratados.
O que acontece é que nesses períodos ocorre um apelo social intenso para o consumo, é gerada uma validação externa para pessoas que exercitam a compra de maneira mais frequente, em nome de se sentirem pertencentes ou mais amadas ao presentearem as pessoas ao seu redor.
Na dúvida sobre como navegar pelas gôndolas e sites sem cometer excessos, separamos algumas dicas. Antes de passar o cartão e finalizar a compra, pergunte-se: Eu estou precisando disso? Qual seria a consequência dessa compra imediatamente? Qual seria a consequência daqui a 30 ou 60 dias? Esta compra está adequada ao meu planejamento financeiro? Se a resposta for não, melhor esvaziar o carrinho.
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