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Descubra o motivo da disputa de território entre a Venezuela e Guiana

Saiba tudo sobre a disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana

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Gabriella Zilma

Publicado em 10/12/2023 às 19:15
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Nas últimas semanas, as tensões entre os vizinhos Venezuela e Guiana aumentaram, devido a uma longa disputa territorial.

Em debate está uma área limítrofe de 160 mil quilômetros quadrado circundante ao rio Essequibo, composta principalmente por vastas extensões de selva e abastecida por reservas substanciais de petróleo e gás em águas profundas.

Ambas as nações reivindicam a posse desse território, caracterizado por uma baixa densidade populacional, e cuja fronteira altamente contestada foi estabelecida por meio de um acordo em 1899, época em que a Guiana ainda era parte do Império Britânico.

Qual motivo provocou a recente tensão?

Nos últimos anos, a Venezuela tem reiterado suas reivindicações territoriais, impulsionada pela descoberta de aproximadamente 11 bilhões de barris de petróleo e gás ao longo da costa da Guiana.

Recentemente, Caracas obteve respaldo em um referendo realizado no último final de semana, visando a criação de um novo estado. O presidente Nicolás Maduro comprometeu-se a iniciar atividades de exploração de petróleo e mineração na área em disputa.

Análises e fontes na capital venezuelana indicam que o referendo, no qual os eleitores também rejeitaram a jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) no caso, não resultará em uma invasão efetiva.

Conforme especialistas, trata-se de uma estratégia de Maduro para demonstrar poder e avaliar o apoio ao seu governo, antecipando as eleições presidenciais de 2024.

Por que o território é tão importante?

Embora a região terrestre de Essequibo tenha experimentado um desenvolvimento limitado, nos últimos anos foram realizadas notáveis descobertas de reservas de petróleo e gás offshore nas proximidades, elevando a Guiana ao cenário global como produtora de petróleo.

A produção de petróleo na Guiana teve início em 2019, através de um consórcio formado pela Exxon Mobil, CNOOC da China e U.S. Hess.

Atualmente, o país alcança uma produção diária de cerca de 400 mil barris, e espera-se que esse número ultrapasse 1 milhão até 2027.

Essa produção impulsionou de maneira significativa a economia guianense, prometendo um substancial aumento de receitas nos próximos anos.

Apesar das vastas reservas de petróleo bruto e gás natural da Venezuela, a produção diminuiu devido a sanções dos EUA, corrupção e problemas na infraestrutura.

Maduro autorizou a exploração de petróleo em Essequibo, disputando áreas oceânicas com a Guiana.

O governo venezuelano proíbe concessões nessas regiões ainda não demarcadas. Não está claro quais áreas Maduro reivindica, mas empresas na costa da Guiana têm três meses para sair.

A Exxon Mobil sugere que disputas de fronteira devem ser resolvidas por países e organizações internacionais.

O que disse o Tribunal Internacional de Justiça?

A Guiana solicitou ao Tribunal Internacional de Justiça a interrupção do referendo.

Na semana passada, o tribunal emitiu uma decisão que, embora não tenha ido tão longe, proibiu a Venezuela de realizar qualquer ação que alterasse o status do território.

Maduro afirmou diversas vezes que o referendo é vinculativo, apesar de seu governo anteriormente se referir à votação como "consultiva".

Qual foi a resposta da Guiana?

A Guiana convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise na última sexta-feira (8). As forças armadas estão em alerta máximo, conforme declarado pelo presidente Irfaan Ali, devido à Venezuela ter se autodeclarado uma "nação fora da lei" e desrespeitado as ordens do TIJ.

Ali assegurou apoio da comunidade internacional e de parceiros, buscando tranquilizar potenciais investidores.

Na quarta-feira (6), o ministro das Relações Exteriores da Venezuela comunicou em redes sociais ter discutido com seu homólogo guianense sobre o que chamou de "mandato inapelável" da Venezuela.

O governo da Guiana contestou os números de participação divulgados pelo governo de Maduro para o referendo, alegando discrepâncias.

Durante a votação, testemunhas da Reuters observaram locais de votação mal atendidos, enquanto as autoridades eleitorais inicialmente informaram 10,5 milhões de votos favoráveis à anexação, mas mais tarde esclareceram que se referia ao total de eleitores.

*Com informações do site CNN.

VENEZUELA X GUIANA: LULA dá conselhos a MADURO sobre DISPUTA PELO ESSEQUIBO


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