Música e arte

Karinah lança álbum "Meu Samba" com apadrinhamento de Zeca Pagodinho

Com participação de Zeca Pagodinho, álbum "Meu Samba" marca nova fase na carreira de Karinah com mensagens de amor, fé e ancestralidade

Cadastrado por

Catêrine Costa

Publicado em 24/05/2025 às 18:33
Cantora Karinah - Crédito: Priscila Prade

A cantora Karinah ganhou uma luz pra guiar sua estrada: Zeca Pagodinho é o padrinho do mais novo trabalho da curitibana de alma carioca. Com distribuição digital pela Universal Music, o álbum “Meu samba” chegou às plataformas no dia 22 de maio, reunindo, em dez faixas, mais do que o ritmo preferido de Karinah. É uma síntese de toda a sua essência, como ela própria define: “Esse trabalho mostra muito de mim e de tudo o que estou vivendo hoje. Sou apaixonada e intensa. Falamos de amor, religião, acolhimento, amizade e inspiração”, diz a cantora, que completa 44 anos no dia 19.

A aproximação com Zeca teve início em março do ano passado, quando Karinah, já com quatro álbuns lançados, se apresentava no Rio de Janeiro, em um dos 33 shows da turnê de Alcione da qual participou por várias regiões do país. Na plateia, Zeca encantou-se com o que ouvia. Nascia ali mais que uma amizade. Karinah foi convidada para um almoço no Bar do Zeca, na Barra da Tijuca, e, ao chegar lá, compositores de samba com presença constante nos álbuns do novo padrinho a esperavam para mostrar suas músicas.

“Foram feitas duas audições no bar. Fiquei enlouquecida com tanta coisa linda que ouvi”, diz ela, apresentando uma justificativa para o acolhimento: “Foi uma mulher, Beth Carvalho, que jogou Zeca no mundo. Por gratidão, ele escolheu outra mulher, ele me escolheu.”

Max Pierre, o reconhecido homem de mais de 60 milhões de discos vendidos, foi o primeiro nome a entrar no álbum de Karinah, pelas mãos de Zeca. O produtor artístico já estava firme e forte no encontro inaugural para escolha do repertório e, com olhos e ouvidos privilegiados, fez a cantora definir o objetivo do projeto. “Max disse que eu aparentava estar entre Clara Nunes e Beth Carvalho. E perguntou se era esse o caminho que eu queria seguir. Sim, era. Então, ele disse: ‘Vamos fazer a sua verdade vir à tona.’ Até então, nunca um produtor havia me dito isso”, conta a cantora.

Além de diretor artístico, Zeca Pagodinho tem letra e voz no álbum “Meu Samba”. Na gaveta há 40 anos, “Luz da Saudade” ganhou música de Moacyr Luz, uma parceria que vem se consolidando cada vez mais. Já a voz de Zeca entrou no álbum aos 45 minutos do segundo tempo, como participação especial, em “Foi um sonho”, de Nelson Rufino.

O artista da imagem Gringo Cardia, profissional multimídia de fama internacional, assina o conceito visual do álbum. Responsável por clipes e capas de discos marcantes na indústria fonográfica brasileira, ele já trabalhou com personalidades como Tom Jobim, Xuxa e Cássia Eller. Neste álbum, o multiartista transmite a imagem de Karinah como mulher do samba que ela é, na essência de uma diva vestida para o palco. E há também uma intencional mensagem de sustentabilidade em fotos originais, de fina produção, feitas em carros alegóricos no barracão da Mangueira, escola de samba com a qual Karinah tem ligação afetiva. Cada música ganhou uma imagem. O projeto gráfico tem, portanto, dez capas.

As Músicas

“Sou do povo” (Gabrielzinho de Irajá / Alexandre Chacrinha / Flavinho Bento), com arranjo de Mauro Diniz, traz a fala da mulher, a força feminina no samba. A música abre o álbum de forma vibrante, conduzida pelas platinelas do pandeiro de Carlinhos Pandeiro de Ouro. Destacam-se ainda a flauta e o clarinete de Dirceu Leite.

“Verdade” (Nelson Rufino / Carlinhos Santana), regravação de um clássico de Zeca, surge com um novo arranjo assinado por Pretinho da Serrinha. Karinah hesitou em gravar, mas foi incentivada por Max Pierre. A faixa conta com músicos refinados como o tecladista Tutuca Borba.

“Foi um sonho” (Nelson Rufino) inicialmente seria solo de Karinah, mas ganhou participação especial de Zeca. A faixa representa a única participação do álbum e surgiu após um pedido inesperado do próprio Zeca.

“Que distância?” (Moacyr Luz / Cecilia Stanzione) é a mais lenta e romântica do disco. Karinah gravou de primeira, emocionada. O arranjo é de Julinho Teixeira, com violão de sete cordas de Carlinhos 7 Cordas.

“Caminho da paz” (Marquinhos da Cuíca / Waltiz Zacarias / Gabrielzinho de Irajá) mistura samba e jazz com flauta de Milton Guedes. A canção transmite uma mensagem de paz e empatia.

“O céu serenou” (Dunga de Vila Isabel / Tuninho Nascimento) aproxima Karinah de Clara Nunes e traz memórias afetivas. É a primeira das quatro composições de Dunga no álbum.

“Do jeito que você deixou” (Dunga de Vila Isabel / Roque Ferreira) foi feita para Zeca, mas acabou nas mãos de Karinah com arranjo de Rildo Hora. A faixa remete a Alcione e Agepê.

“Luz da saudade” (Moacyr Luz / Zeca Pagodinho) foi composta há 40 anos e oferecida a Karinah por Zeca. Um sonho premonitório antecipou o presente.

“Jandairê – festa de erê” (Dunga de Vila Isabel / Roque Ferreira) é um tributo às religiões de matriz africana. “Aqui tem a minha macumba, a minha fé”, diz Karinah.

“Até a próxima vez” (Dunga de Vila Isabel) encerra o álbum com agradecimento e um convite ao público. Karinah já planeja um audiovisual mesclando músicas do novo álbum, dos anteriores e inéditas.

Ficha Técnica

Discografia

“Meu samba” é o quinto trabalho de Karinah. Sua discografia inclui:

 

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