Representando o Brasil no Festival de Cannes 2025, O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, marca o retorno de Wagner Moura ao cinema nacional após mais de uma década afastado.
Aos 48 anos, o ator baiano contou que sua ausência foi motivada tanto pelo crescimento profissional quanto pelo desânimo com a situação política do país.
"Nós dois somos de esquerda e muito expressivos, e no Brasil sob Bolsonaro não foi fácil, cara. Foi difícil. Éramos parte de um grupo de artistas no Brasil, apoiando uns aos outros e encontrando uma maneira de resistir. Foi a resistência que nos uniu muito", disse em entrevista à Vanity Fair.
Filmado no Recife, o longa se passa em 1977, durante a ditadura militar, mesmo tema que levou o Brasil a Cannes em 2024 com o premiado Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.
Para Moura, retornar ao cinema brasileiro foi algo especial tanto pessoalmente quanto profissionalmente. "Significou muito para mim atuar e falar em português de novo, me reconectar com a minha cultura. Eu não consigo nem descrever o quanto isso foi importante para mim", revelou.
Ele também relembrou sua trajetória internacional, que inclui a atuação marcante como Pablo Escobar na série Narcos, da Netflix, e o recente Guerra Civil, do diretor Alex Garland.
"Fiz muitas coisas lá fora. Fiz Narcos, uma série que levou muito tempo para ser feita, e dirigi um filme que demorou três anos para ser lançado", completou.
Em "O Agente Secreto", a trama é ambientada na década de 1970. Marcelo, um especialista em tecnologia, foge de um passado misterioso e decide voltar ao Recife em busca de um pouco de paz, mas percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.