Você já teve a sensação de que o ChatGPT respondeu certo — mas não exatamente do jeito que você precisava? Às vezes, parece que a IA entendeu a pergunta, mas não “pegou” o que estava por trás dela. Isso acontece porque, assim como numa boa conversa entre humanos, o tipo de pergunta dita o rumo da resposta.
Quando você entrega um comando genérico, como “o que é branding?”, a tendência é que o modelo puxe respostas genéricas. Agora, quando você transforma esse comando num pedido mais contextualizado, como “explique o que é branding para um pequeno empreendedor que quer diferenciar sua cafeteria”, a resposta muda completamente. Ganha foco, intenção e utilidade.
O segredo está na maneira como você molda o prompt. Perguntas abertas demais, vagas ou sem contexto ativam o piloto automático do modelo. Já as perguntas estratégicas — mesmo que curtas — ajudam a desbloquear uma cadeia de raciocínio mais elaborada, mais conectada com seu objetivo real. A seguir, veja quatro formas de reescrever perguntas genéricas e obter respostas mais precisas, aplicáveis e até surpreendentes:
1. Adicione um papel ou persona à pergunta
Em vez de perguntar “como montar um roteiro de apresentação?”, tente “como um consultor experiente montaria um roteiro de apresentação para convencer investidores?”. Ao atribuir um papel à IA, você convida o modelo a simular padrões de linguagem, prioridades e raciocínio específicos — o que eleva muito a qualidade da resposta.
Isso também evita respostas didáticas demais ou genéricas, típicas de manuais. O tom muda: sai o professor neutro, entra o especialista com repertório e foco.
2. Explique o contexto de quem está perguntando
Uma dúvida de um estudante iniciante é diferente de uma de um gestor. Quando você explica quem está perguntando, mesmo que de forma simples, o modelo ajusta a linguagem, o nível de profundidade e as analogias. Compare “o que é marketing digital?” com “sou um dentista que quer divulgar a clínica no Instagram. Como o marketing digital pode me ajudar?”.
Esse detalhe muda completamente a utilidade prática da resposta — que passa a vir com mais empatia, menos jargões e mais sugestões aplicáveis.
3. Troque “me explique” por “me ajude a resolver”
Comandos como “me explique o que é tal coisa” tendem a ativar o modo expositivo do ChatGPT. Mas se você disser “me ajude a resolver tal situação usando esse conceito”, o modelo passa a raciocinar junto com você. É como se, em vez de dar uma aula, ele fosse convocado a participar de uma reunião de soluções.
Isso tira o ChatGPT da zona confortável dos resumos e força o modelo a ser mais criativo, útil e contextual.
4. Peça comparação, estrutura ou ponto de vista
Em vez de só perguntar “o que é melhor?”, peça uma comparação entre duas abordagens, uma estrutura em tópicos ou um ponto de vista de especialista. Esses comandos simples ajudam a organizar ideias e a sair do “depende”, típico das respostas neutras.
Exemplos: “Compare o marketing da Apple com o da Samsung”, ou “crie uma estrutura para um post sobre autoconhecimento que não pareça clichê”.