Todo mundo que já usou o ChatGPT mais de uma vez sabe que ele pode dar respostas boas, mas também pode escorregar para o superficial, o genérico ou o "mais do mesmo". E, em muitos casos, isso não é culpa do modelo — é do prompt. O jeito como você faz a pergunta define completamente o que você vai receber. E existe uma fórmula simples que muda o jogo: começar o prompt com “imagine que você é…”.
Essa frase parece pequena, mas é uma das formas mais poderosas de ativar o que o modelo tem de melhor: contextualização. Quando você pede que o ChatGPT se coloque no lugar de um especialista, de um criador de conteúdo, de um diretor de cinema, de um terapeuta ou de qualquer outro papel específico, ele acessa imediatamente os padrões, estruturas e vocabulários mais próximos daquela função. Isso significa que a resposta muda de tom, muda de foco e passa a trazer exemplos e estratégias mais próximas do que você realmente precisa.
Abaixo, você encontra exemplos práticos, variações úteis e formas de ajustar esse comando para diferentes situações — de posts em redes sociais a e-mails, textos profissionais ou mesmo brainstorm criativo.
1. O poder da simulação: o ChatGPT ajusta o papel que assume
Quando você diz:
- “Imagine que você é um jornalista experiente explicando isso para um leitor leigo.”
Você está forçando o modelo a escolher palavras, estrutura e ritmo diferentes do que usaria num texto técnico. E isso afeta diretamente a qualidade da resposta.
Prompt genérico:
“Explique o que é inflação.”
Resposta:
“Inflação é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços ao longo do tempo…”
Prompt com papel atribuído:
“Imagine que você é um professor do ensino médio explicando inflação para adolescentes curiosos.”
Resposta:
“Sabe quando você compra um chocolate por R$2 e, no mês seguinte, ele já está custando R$2,50? Isso é inflação…”
2. Aplicações práticas para usar hoje mesmo
- Para criar posts com mais personalidade:
“Imagine que você é um especialista em branding explicando por que marcas precisam de posicionamento claro.” - Para responder e-mails difíceis:
“Imagine que você é um gestor diplomático respondendo a um cliente insatisfeito, mantendo firmeza e cordialidade.” - Para conteúdo técnico com clareza:
“Imagine que você é um engenheiro explicando para uma equipe não técnica como funciona essa etapa do projeto.” - Para roteiros ou narrativas:
“Imagine que você é um roteirista de doramas criando um diálogo entre dois personagens que se gostam, mas não admitem.”
3. Dicas para variar o uso sem perder o efeito
- Troque “imagine que você é…” por:
- “Você está no papel de…”
- “Responda como se fosse…”
- “Fale como alguém que atua há anos como…”
- Especifique o cenário:
- “Imagine que você é um advogado explicando isso numa entrevista ao vivo.”
- “Imagine que você está ensinando isso em um curso online de 10 minutos.”
- Combine com tom desejado:
- “Imagine que você é um mentor de carreira e responda com empatia e clareza, como se fosse a primeira sessão de orientação.”
4. Um bônus: quando pedir variações de papel
Você pode pedir ao ChatGPT que traga a mesma resposta sob diferentes vozes:
- “Me dê três versões de resposta: uma como jornalista, outra como professor e outra como executivo de negócios.”
Isso ajuda a explorar tons distintos e escolher o que melhor se adapta ao seu público — e também evita aquele efeito “resposta única” que nem sempre serve a todos os propósitos.