A busca por perfumes que entregam performance, assinatura olfativa marcante e construção sofisticada não precisa, necessariamente, passar por fragrâncias importadas de alto custo.
A perfumaria nacional, liderada por marcas como O Boticário, Natura e Eudora, investiu nos últimos anos em formulações com mais camadas, ingredientes nobres e técnicas de extração que se aproximam daquelas usadas em grandes casas internacionais. O resultado são perfumes com mais presença, transições bem definidas entre as fases e acordes que remetem aos clássicos de grife.
Essas fragrâncias nacionais compartilham elementos estruturais com perfumes importados famosos, como o uso de patchouli, âmbar, flores brancas extraídas por enfleurage, frutas maduras e madeiras de fundo.
Muitas seguem a lógica dos florais orientais, chipres modernos e gourmands intensos — estilos recorrentes entre os best-sellers internacionais. A seguir, sete perfumes de marcas brasileiras que se destacam por entregar essa sensação de luxo olfativo, com estrutura comparável à de fragrâncias mais caras.
Elysée (O Boticário)
Elysée se apoia em rosa, peônia e frésia no topo, com base de âmbar, patchouli e musk. A estrutura se assemelha à de perfumes chipres modernos, comuns em marcas como Chanel e Dior.
O patchouli dá profundidade, o âmbar aquece e o musk estabiliza a base, enquanto o topo floral entrega leveza. A evolução na pele é gradual, com assinatura marcante. É uma construção que remete a fragrâncias sofisticadas, com presença constante e performance de longa duração.
Essencial Oud (Natura)
A fragrância se estrutura em torno do oud, madeira conhecida por seu peso e projeção. Especiarias, âmbar e notas florais intensificam a composição. A proposta se aproxima da perfumaria oriental tradicional, presente em grifes como Tom Ford.
A nota de oud aparece desde o início, com protagonismo, criando uma base seca, densa e com grande fixação. A evolução é lenta e a identidade olfativa se mantém estável. A sensação geral é de densidade e riqueza olfativa.
Lily Absolu (O Boticário)
Lily Absolu parte da flor de lírio extraída por enfleurage e inclui notas de baunilha, âmbar e resinas. A construção reforça a transição para um fundo mais quente e denso.
A flor de lírio ocupa o corpo da fragrância, enquanto a base oriental dá estrutura. O resultado é um perfume que lembra produções de marcas como Lancôme e Estée Lauder, com assinatura floral envolvente e performance estável ao longo do dia.
Eudora Royale (Eudora)
Eudora Royale traz notas de rosa, pimenta rosa, madeiras e baunilha. A proposta combina elegância floral com intensidade especiada, criando um perfil olfativo que se aproxima de fragrâncias como Elie Saab Le Parfum.
A saída especiada é marcante, seguida por um corpo floral limpo e um fundo adocicado moderado. A evolução é clara, com transição perceptível entre as fases e projeção que dura por horas.
Una Artisan (Natura)
Una Artisan trabalha a íris com destaque, flor comum em perfumes de luxo. A composição se completa com rosa, patchouli e sândalo. A presença da íris confere textura aveludada, enquanto o sândalo traz cremosidade à base.
A estrutura é seca e sofisticada, com equilíbrio entre floral e madeira. A transição entre o corpo e o fundo é lenta, o que reforça a impressão de perfume construído com atenção aos detalhes.
Lily Lumière (O Boticário)
Lily Lumière usa flores como gardênia, jasmim e flor de laranjeira com fundo de âmbar e musk. A construção se aproxima da linha de perfumes como J'adore, da Dior.
As flores brancas criam uma abertura fresca e elegante, enquanto o fundo reforça a permanência da fragrância na pele. A evolução é contínua e as fases são bem definidas. O perfil final é limpo, porém com peso suficiente para eventos formais ou ambientes fechados.
Eudora Aurien Rubra (Eudora)
Aurien Rubra mistura frutas vermelhas com baunilha, fava tonka e madeiras ambaradas. O estilo segue a lógica dos orientais gourmand, categoria onde se encontram perfumes como La Vie Est Belle.
A saída frutada tem doçura controlada, seguida por um fundo denso que fixa bem na pele. A baunilha atua como ponte entre as frutas e o âmbar. A construção privilegia a evolução lenta e a assinatura olfativa que se destaca em ambientes sociais.