Calor intenso em 2025 agrava desafios para pacientes com hidradenite supurativa

O calor e a umidade podem agravar os sintomas da hidradenite supurativa, tornando essencial adotar cuidados para evitar surtos e desconfortos.

Publicado em 05/03/2025 às 10:55
Google News

Clique aqui e escute a matéria

O calor extremo e a umidade das estações mais quentes do ano podem ser um verdadeiro desafio para quem convive com hidradenite supurativa (HS), uma doença inflamatória crônica da pele.

A condição afeta cerca de 0,4% da população brasileira, o que equivale a aproximadamente 850 mil pessoas.

De difícil diagnóstico – muitos pacientes podem levar até 10 anos para receber a identificação correta –, a HS é caracterizada por lesões dolorosas na pele, frequentemente confundidas com furúnculos, abscessos, acne, cistos e pelos encravados.

Impacto do calor e umidade na hidradenite supurativa

Para muitos pacientes, os períodos mais quentes do ano podem ser ainda mais desafiadores. O aumento da transpiração e o atrito constante nas áreas afetadas – como virilha, axilas, nádegas e mamas – podem agravar os surtos da doença.

Além disso, a escolha das roupas influencia diretamente no conforto e bem-estar. Peças justas podem piorar o quadro, enquanto roupas largas podem não oferecer a proteção necessária contra o suor.

Cuidados essenciais no dia a dia

Segundo a dermatologista Dra. Juliana Nakano, os meses mais quentes exigem atenção especial para aqueles que vivem com HS.

Além da necessidade de um tratamento adequado, algumas medidas diárias podem ajudar a minimizar os desconfortos:

  • Optar por roupas leves e respiráveis, feitas de algodão;
  • Manter a pele seca e livre de umidade excessiva;
  • Evitar produtos irritantes como desodorantes com álcool;
  • Adotar uma rotina de higiene adequada, com sabonetes suaves;
  • Consultar regularmente um dermatologista para ajustes no tratamento.

O impacto do diagnóstico tardio: a história de MV

Para muitas pessoas, o diagnóstico da HS pode demorar anos, o que afeta significativamente a qualidade de vida.

Um exemplo é o caso de MV, paciente que começou a notar os sintomas ainda jovem. Inicialmente, acreditou que as lesões eram consequência do uso das roupas de balé. Sem um diagnóstico preciso, passou anos sendo tratada erroneamente para furúnculos e acne.

Somente depois de uma longa busca por informações na internet e redes sociais, MV descobriu que sofria de HS. Com o diagnóstico correto, ela pôde iniciar um tratamento adequado e aprender a lidar melhor com os impactos da doença, principalmente durante os períodos de calor intenso.

A história de MV reflete a realidade de muitos pacientes que enfrentam desafios diários devido à falta de informação e diagnóstico tardio. Com mais conscientização e acesso ao tratamento, a qualidade de vida dessas pessoas pode melhorar significativamente.

 

Tags

Autor